Após incêndio em silo no RS, empresa é autuada por crime ambiental no descarte de destroços, diz Brigada Militar
27/07/2025
(Foto: Reprodução) Descarte irregular de destroços de incêndio em Arroio Grande
Divulgação/CABM
A Brigada Militar, por meio da 3ª Companhia Independente de Polícia Ambiental (3ª CIPAM), autuou uma empresa do setor de grãos no município de Arroio Grande, no Sul do Rio Grande do Sul, por crime de poluição ambiental. Um funcionário foi detido, e liberado após prestar esclarecimentos.
(Correção: ao contrário do que havia sido informado pela Brigada Militar, de acordo com a Polícia Civil, o funcionário da Cotribá somente foi detido pela BM e conduzido à delegacia para prestar esclarecimentos. O homem não foi preso, como publicado originalmente. A informação foi alterada às 16h41.)
De acordo com o Comando Ambiental, a vistoria identificou sinais de poluição ambiental no local onde foram descartados destroços do incêndio que atingiu o local há duas semanas. Na ocasião, um silo de soja foi atingido pelo fogo de grandes proporções, que se prolongou por dias e parte da estrutura chegou a desabar.
A ação aconteceu após uma denúncia. Os grãos queimados foram descartados diretamente sobre o solo, sem qualquer tipo de contenção física ou impermeabilização, diz a brigada. O descarte inadequado teria gerado a formação de chorume, que se espalhou e infiltrou o solo. O resíduo foi classificado como poluente pelas autoridades.
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De acordo com a Brigada Militar, um funcionário do empreendimento foi detido em flagrante e conduzido à Delegacia de Polícia de Arroio Grande para prestar esclarecimentos. A delegada Juliana Ribeiro, titular da Delegacia de Polícia de Arroio Grande, confirmou que uma ocorrência foi aberta para investigar o caso. O funcionário foi liberado.
Ainda segundo a nota divulgada pela 3ª CIPAM, foi constatado que a empresa desenvolvia atividades de limpeza, secagem e armazenagem de grãos em uma área de aproximadamente 10 hectares sem o licenciamento ambiental específico, necessário em áreas superiores a 2,5 hectares.
Em resposta ao g1, a Cotribá, empresa responsável pelo local, afirmou que não obteve acesso ao inquérito e que deve se manifestar após contato com os advogados. Ainda, afirmou que "o que ocorreu não se trata de crime" e que "dentro da orientação técnica está fazendo o necessário para diminuir riscos à poluição".
Relembre o caso
Um incêndio de grandes proporções atingiu um dos silos de uma empresa de grãos localizada às margens da BR-116, a cinco quilômetros de Arroio Grande. A área foi considerada de risco, e parte da estrutura desabou. Apesar da gravidade, ninguém se feriu.
De acordo com funcionários, o fogo começou de forma espontânea, por conta do armazenamento de soja, que gera gases e óleo, que são inflamáveis no contato com calor externo. Foram necessários mais de quatro dias para que o fogo fosse apagado completamente. Não há um laudo oficial até o momento.
A fumaça gerada pelo incêndio alcançou a cidade de Arroio Grande.
Incêndio em fábrica de grãos em Arroio Grande, RS
Arte g1
Incêndio atinge silo de empresa de grãos em Arroio Grande
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